quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Primeiro texto!

Belém, 29 de outubro de 2008

Simone!Simone!Simone!Simone!Simone!Simone!

"Éguaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!! Essa mulher é louca!"

Foi a primeira coisa que pensei quando ouvi uma voz que repetia sem parar esse nome: Simone!Simone!Simone!Simone!...não era uma referência à cantora, mas, sim, o auto-anúncio da vendedora de caramelos que havia entrado no coletivo.

Depois de certificada de que havia chamado a atenção de todos...Simone, uma senhora morena, baixa, e de cabelos arrepiados, com uma vasilha cheia de bombons se apresentou em terceira pessoa. "A Simone é vendedora desses bombons. A Simone já andou muito hoje e está cansada, mas adora o que faz. A Simone só não trabalha de manhã, porque tem que cuidar dos três filhos...Fulano, Ciclano e Beltrano. E a Simone logo avisa que segunda-feira é feriado e a Simone, que também é filha de Deus, não vai trabalhar. Então, vocês só vão ver a Simone na terça-feira. Sem falta". E não parava de dar risadas e conversar em alto e bom som com todos os passageiros.

Ela não fez apelos...não bajulou o próprio produto. Não falou de roubos, de fome, de miséria....não implorou para comprarmos seus bombons...aliás, em meio à tantas gargalhadas e conversas, ela até esqueceu de dizer quanto custava a unidade...mas, quer saber??? Ela vendeu muito. Se minhas contas não estão erradas, só uma pessoa, dentro do ônibus cheio, não comprou o caramelo da Simone.